Trabalhadores da construção civil e o consumo de cocaína

Trabalhadores da construção civil e o consumo de cocaína

Trabalhadores da construção civil e o consumo de cocaína

Uma pesquisa realizada pelos pesquisadores Aroldo Gavioli; Thaís Aidar de Freitas Mathias; Robson Marcelo Rossi e Magda Lúcia Felix de Oliveira sobre os trabalhadores da construção civil e o consumo de cocaína e outras drogas, é preocupante. A pesquisa é complexa e ao mesmo tempo conta com resultados impressionantes.

O processo foi realizado com a análise de 446 homens trabalhadores de uma empresa de construção civil onde havia pedreiros, carpinteiros, armadores de estruturas, pintores, eletricistas e acabamentistas. Os critérios de inclusão foram: todos trabalhadores do sexo masculino com contrato formal e com 18 anos ou mais. A empresa autorizou a pesquisa e o profissional foi designado para a entrevista utilizando bases de dados da Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST) da OMS.

A pesquisa consiste em 8 perguntas sobre nove classes de drogas como o tabaco, álcool, maconha, cocaína, anfetaminas, sedativos, inalantes, alucinógenos e opiáceos. Saber o que o trabalhador consome, quando ele faz uso e qual é a frequência, é importante para avaliar se há abuso e problemas relacionados.

Os resultados da pesquisa foram que, dos 418 trabalhadores que se enquadram nos critérios de inclusão, em torno de 76,3% já haviam faltado ao trabalho por sensação de ressaca após período de abuso de álcool. Assim, a prevalência de abuso de drogas foi de 91% para álcool; 42% para cigarro de tabaco; 18,2% para maconha e de 6,7% para cocaína. O artigo da Scielo demonstrou que é baixo o número de trabalhadores da construção civil que relataram consumo de drogas ilícitas pode influenciar nas estatísticas, deste modo a maconha e a cocaína foram agrupados em uma categoria única.

A cocaína se infiltra na vida dos trabalhadores de obras

cocaína se infiltra na vida dos trabalhadores de obrasEstamos na iminência de passar os americanos quando o assunto é consumo de cocaína, ainda mais que temos a droga mais barata do mundo, porém a cocaína se infiltra na vida dos trabalhadores de obras. Legalmente, trabalhar sob efeito de droga pode causar justa causa, mas isso é algo que os profissionais do ramo não estão pensando.

A Fetraconspar (Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário do estado do Paraná) publicou uma matéria sobre o percentual de acidentes na construção civil que correspondem a trabalhadores que fizeram o consumo durante ou antes do trabalho.

A confiança excessiva é comum, ao longo que se aprendem as técnicas para trabalhar nos canteiros de obras, contudo, o uso de drogas na construção civil corresponde atualmente a 20% do total de causas de acidentes no oeste paranaense. São registrados anualmente de 300 a 400 acidentes de trabalho na região todos os anos e consequentemente, com afastamento dos profissionais.

Apesar do canteiro de obras haver certa liberdade, há a necessidade desses profissionais encararem a profissão como um trabalho respeitoso. Essas lacunas que o serviço proporciona (liberdade), fazem com que muitos encarem o uso de drogas como algo que facilita, ou dá forças para que seja realizado o trabalho rapidamente. (Agnaldo Mantovani)

Porém, como sugere a pesquisa da Scielo, citada anteriormente em conjunto com os estudos recentes, as drogas mais consumidas no canteiro de obras são o álcool, maconha e cocaína. Mesmo proibido, mas sem fiscalização, os pedreiros aumentam os riscos, especialmente por se tratar de substâncias psicoativas que alteram a química cerebral.

Os trabalhadores da construção civil e o consumo de cocaína, ao realizá-lo, têm grandes chances de terem problemas crônicos ao longo prazo, e no curto prazo correm riscos imediatos como infarto, derrames, AVC, hemorragia cerebral e insuficiência cardíaca.

As drogas geram um desfalque bilionário da construção civil

A dependência química dentre os profissionais da construção civil faz com que o setor perda em torno de R$20 bilhões ao ano. O estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho) demonstra a realidade como alarmante. “As drogas geram um desfalque bilionário na construção civil já faz anos, e se observar esse problema diretamente, há uma aumento ao longo dos 10 anos.” O Brasil é o quinto país no mundo em número de acidentes de trabalho e dentre os 500 mil acidentes registrados ao ano, em torno de 4 mil terminam com óbito.

Os cálculos divulgados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) demonstram que o país perde ao ano R$20 bi por conta de absenteísmo, acidentes e enfermidade devido às drogas. Isso, em apenas um único segmento, a construção civil.

Para os trabalhadores da construção civil e o consumo de cocaína tem, assim como o do álcool, dados preocupantes. O alcoolismo tira a vida de 320 mil jovens por ano e 9% são de indivíduos entre 15 e 29 anos. Além disso, na mesma matéria da Fetraconspar, ao final, destaca-se os sinais do uso de drogas e álcool no ramo da construção como: acidentes frequentes no trabalho; constantes faltas ou atrasos; saídas frequentes durante o horário de trabalho; habilidade para manusear objetos; diminuição da produtividade; pedidos de empréstimos ou adaptação salarial; lentidão; pouca preocupação com a aparência pessoal; excitação ou aumento repentino de energia; tremores nas mãos ou cãibras.

Recorrer ao tratamento é melhor ao invés de continuar com o uso

Já que a cocaína se infiltra na vida dos trabalhadores de obras e que as drogas geram um desfalque bilionário da construção civil, recorrer ao tratamento é melhor ao invés de continuar com o uso. Agendar um aconselhamento no CAPS local da cidade para começar o tratamento é importante e evita demissão por justa causa, algo comum na área.

Como a dependência química é uma doença, definida pela OMS, realizar tratamento faz com que o paciente se centre em si mesmo. Alguns podem optar pelo procedimento de internação no Ache Aqui Clínicas ou no Grupo Braços Abertos, o que viabiliza ainda mais as chances de reabilitação, já que se está residindo em uma unidade de tratamento intensivo.

Por fim, é triste os resultados das pesquisas e as manchetes sobre os problemas relacionados aos trabalhadores da construção civil e o consumo de cocaína em canteiros de obras. Mas, para mudar esse quadro o melhor projeto é o tratamento assertivo, evitando recaídas.

AUTOR: Renan Rugolo Ré

AUTOR: Renan Rugolo Ré

Analista de Conteúdo | Desenvolvimento SEO on/off page

Artigos Relacionados

Contato

Últimas Notícias

Cidades

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Rolar para cima