Como a psicanálise ajuda na dependência química?
Existem diversos pilares da recuperação como tratamento medicamentoso, terapias em grupo e individual, mas saiba como a psicanálise ajuda na dependência química. Através desta ferramenta é possível organizar os pensamentos e melhorar os comportamentos.
Nós do Grupo Braços Abertos possuímos em todas as nossas unidades conveniadas um conjunto de pessoas que participam diretamente na recuperação dos pacientes alcoólicos e adictos a drogas. Assim, os terapeutas ou psicólogos, ajudam o dependente a mergulhar nas profundezas de sua mente para tratar o gatilho principal que o faz usar.
Normalmente esses gatilhos nem sempre são conhecidos ou identificados rapidamente pelos usuários, contudo, ao longo do processo, os caminhos mentais que ambos percorrem, podem surpreender o paciente e ajudá-lo a se transformar.
Conjuntamente a terapia medicamentosa e o acompanhamento de um psiquiatra é importante para avaliar o quadro do usuário e a evolução do tratamento. Assim as fissuras e abstinências são administradas e o paciente pode ter conforto em se tratar, já que a sensação ruim provocada pela falta da substância é administrada pelo medicamento.
Mas porque há a necessidade de um psicólogo para tratar esses gatilhos mentais, qual é o papel desse profissional da saúde na vida do paciente usuário? Será que sem esse especialista em saúde mental é possível se recuperar?
O que é psicanálise e como ela ajuda na dependência química?
A psicanálise é uma técnica de que trabalha o inconsciente desenvolvida por Sigmund Freud, algo responsável pelas nossas atitudes automatizadas, ao mesmo tempo, essas técnicas podem desafiar a lógica e o bom senso conhecidos.
O inconsciente é a chave de estudo para essas técnicas, Freud percebeu que muitos dos comportamentos que possuímos, são influenciados por forças inconscientes como desejos, impulsos, memórias e etc. Independentemente se são agradáveis ou não, podem causar e mudar o ambiente de convivência em que a pessoa está inserida.
O portal Vittude deu um exemplo interessante sobre como o inconsciente transforma o consciente sendo: quando alguém é vítima de um comportamento rude ou grosseiro no trabalho, o indivíduo sente raiva, vontade de rebater ou até mesmo agredir o outro fisicamente. Às vezes, cria uma fantasia mental e imaginária sobre a pessoa que foi rude para consigo.
Contudo, realizar essa fantasia pode acarretar em consequências severas para a pessoa. Mesmo assim, ela poderá transformar a fantasia em realidade “sem querer” com motivações inconscientes.
Psicanálise e dependência química
Quando Freud estudou a psique humana, ele deduziu em como a psicanálise ajuda na dependência química por fatores associados ao prazer e tensão. Para ele, o aparelho psíquico humano visa o alívio de tensão de diferentes formas, evitando o desprazer e valorizando o prazer.
Há uma citação em que, apesar de destrutivo, o uso de álcool e drogas como alívio do desconforto, desprazer e dor humana, aparentemente tem se mostrado eficiente de alguma forma, pois está presente desde os primórdios.
Claudia Sampaio, psicanalista e pedagoga, cita em seu artigo na Sinpesp que o homem está sempre em busca de aplacar seus medos, acobertar fragilidades, pontos fracos e impotência de modo a se afastar da realidade para não precisar lidar com tudo de uma vez. A intoxicação por drogas, álcool, chás alucinógenos são um conjunto de mecanismos que ajudam o homem a enganar a si mesmo e viver num mundo ideal onde a tensão psíquica é igual a zero. Porém, esse mundo é fabricado, é ideológico e não real.
A proliferação de dependências químicas
No estudo em como a psicanálise ajuda na dependência química é possível conhecer um aspecto básico da sociedade em questão, já que esta, tende a produzir suas próprias patologias. Na modernidade estamos cada vez mais destilando álcool e manufaturando drogas sintéticas de modo a potencializar o prazer. Assim, como as pessoas se frustram por competitividade, as drogas são um incentivador de desejos ilimitados e produzem um cenário que prolifera a dependência química.
Características dos dependentes químicos trabalhadas pela psicanálise
Baixa tolerância a frustração, baixa autoestima, impulsividade, indisciplina, desorganização, dependência emocional, imaturidade, agressividade, sedução, dissimulação, mitomania, imediatismo, inversão de valores, negacionismo, inconsequente, pessimista, chantagista e ameaçador são características dos dependentes químicos e abordadas pela psicanálise.
Todas essas questões foram retiradas do portal Psicanálise Aracaju, além disso, o maior desafio do analista é estabelecer um vínculo terapêutico com o usuário. Por meio deste, o analista terá que entrar em uma sintonia perfeita, propiciando compartilhamento da experiência emocional. Assim, como a psicanálise ajuda na dependência química está no fato do analista imergir nas experiências emocionais primitivas, no sofrimento profundo, com o objetivo de auxiliar na elaboração de um plano para que o paciente supere tudo isso.
Imersão interna e externa da abordagem psicanalítica
A primeira interpretação é a que irá reorganizar o mundo interno, a segunda é o encontro entre analista e paciente, que gere autenticidade na ligação emocional e que altere o campo intersubjetivo. Para os pacientes, há uma importância nesta correlação, contudo em pacientes usuários de drogas, esse vínculo deve ser mais forte.
O usuário precisa sentir que realmente tem alguém ali, que estará correndo os mesmos caminhos dolorosos que são necessários para o seu desenvolvimento. Porém, como os dependentes químicos são vítimas da sociedade, eles podem criar situações de modo a serem abandonados, assim podem voltar a usar livremente.
Grupo Braços Abertos e a psicanálise sobre a dependência química
A estrutura da nossa plataforma é prover o melhor recurso terapêutico para pacientes dependentes químicos e alcoólicos, por meio da psicanálise sobre a dependência química é um aspecto trabalhado pelos psicólogos conveniados às instituições.
Deste modo, trazer do inconsciente para o consciente é importante para que as dores do paciente sejam trabalhadas. Assim, identificar as causas e meios são fundamentais para uma recuperação bem sucedida. Consequentemente, ao longo da terapia, uma abordagem sistêmica para a evolução do paciente é traçada.